Como o marxismo explica a questão da subjetividade na atualidade?
Em entrevista ao Estado de Minas*, Eduardo Mourão Vasconcelos (UFRJ), autor de Karl Marx e a Subjetividade Humana (3 vols.), disse que “As políticas neoliberais acentuaram as mazelas econômicas, sociais e ambientais de amplas parcelas da população mundial, o que tem forte impacto na saúde mental desta população. Por exemplo, pobreza, altas taxas de desemprego e de trabalho precário e informal difundem quadros de desamparo e depressão, de desarticulação da perspectiva de futuro através da dedicação à escola, ao trabalho e à carreira pessoal, e da esperança dos filhos terem uma vida melhor por meio do investimento de longo prazo na educação e formação para o trabalho. Isso gera aumento da criminalidade, do tráfico e do abuso de drogas, das milícias e da violência social, que por sua vez aumenta a incidência de fobias, estresse pós-traumático, depressão etc. Em paralelo, as famílias, com provedores com vínculos cada vez mais voláteis e divididos entre longas jornadas de trabalho externo e os afazeres domésticos, estão cada vez mais esgotados e indisponíveis para as exigências do processo de socialização real e psíquica de nossas crianças e adolescentes, estimulando os processos deliquenciais. Na outra ponta, o capitalismo contemporâneo induz um enorme desinvestimento em políticas de educação, saúde e saúde mental. Não tenho dúvidas de que as contribuições do marxismo são fundamentais para compreender tais processos, em diálogos interteóricos com outras abordagens engajadas acerca da subjetividade.”
*Caderno Pensar (4/9/2010) – p.6.
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“Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração”... Cá estamos, Drummond!
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