segunda-feira, 22 de setembro de 2014
FACE & BOOK
eu verso com vc
vc não versa comigo
a gente não versa junto
eu finjo que te escuto
vc finge que me escuta
e não inventamos nosso bluesinho
eu falo mas vc não fala
- não quero ser seu fado –
esse papo de garota fálica já deu, repito
meu versinho simplesinho
- só queria vc bem facinho -
em off
mas bem que podia ter sido
(embora tenha sido)
uma prosa gostosinha
the face is on the table
the book is on the bed
e estamos conversados
____________________________________
Viviane C. Moreira
Publicado em http://balaiodavivi.blogspot.com
Mais: SABED(O)RIA
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Violência
É o tema do ciclo Mutações de 2014 com curadoria de Adauto Novaes. Onde começa a violência? Não seria esta uma pergunta "da hora"- como se diz?
Daí, principalmente, a estranha inquietação do poder no momento em que se encontra diante do corpo social, o mais dócil e submisso da história. É, pois, um aparente paradoxo o fato de o cidadão inofensivo das democracias pós-industriais, que faz com zelo tudo o que se diz que se deve fazer e não se opõe aos gestos mais cotidianos – concernentes à sua saúde, suas possibilidades de evasão, suas atividades, sua alimentação, seus desejos etc. –, ser comandado e controlado por dispositivos os mais minuciosos e, ao mesmo tempo, ser considerado um terrorista potencial.
Enquanto as normas europeias impõem a todos os cidadãos dispositivos biométricos desenvolvidos e aperfeiçoados a partir das tecnologias antropométricas inventadas no século 19 para identificar criminosos reincidentes (o que vai das impressões digitais às fotografias sinaléticas), o controle visual transforma os espaços públicos de nossas cidades em interiores de imensas prisões. Aos olhos da autoridade (e talvez com razão), nada se parece tanto com um terrorista quanto um homem comum.
(Giorgio Agamben, O que é um dispositivo?)
*
Mais: aqui.
Dócil terrorista
by Thiago Hasselmann Novaes | set 12, 2014 |
As sociedades contemporâneas constituem-se de corpos inertes atravessados por um gigantesco processo de dessubjetivação aos quais nenhuma subjetivação real consegue responder. Daí, o eclipse da política que supõe sujeitos e identidades reais (o movimento operário, a burguesia etc.) e o triunfo da economia, isto é, de uma pura atividade de governo que não busca outra coisa a não ser a própria reprodução. Assim, direita e esquerda, que se sucedem hoje para gerir o poder, mantêm poucas relações com o contexto político de onde provêm os termos que as designam. Eles nomeiam simplesmente os polos da mesma máquina de governo, isto é, um que visa, sem o menor escrúpulo, à dessubjetivação; outro que quer recobri-la com a máscara hipócrita do bom cidadão democrático.Daí, principalmente, a estranha inquietação do poder no momento em que se encontra diante do corpo social, o mais dócil e submisso da história. É, pois, um aparente paradoxo o fato de o cidadão inofensivo das democracias pós-industriais, que faz com zelo tudo o que se diz que se deve fazer e não se opõe aos gestos mais cotidianos – concernentes à sua saúde, suas possibilidades de evasão, suas atividades, sua alimentação, seus desejos etc. –, ser comandado e controlado por dispositivos os mais minuciosos e, ao mesmo tempo, ser considerado um terrorista potencial.
Enquanto as normas europeias impõem a todos os cidadãos dispositivos biométricos desenvolvidos e aperfeiçoados a partir das tecnologias antropométricas inventadas no século 19 para identificar criminosos reincidentes (o que vai das impressões digitais às fotografias sinaléticas), o controle visual transforma os espaços públicos de nossas cidades em interiores de imensas prisões. Aos olhos da autoridade (e talvez com razão), nada se parece tanto com um terrorista quanto um homem comum.
(Giorgio Agamben, O que é um dispositivo?)
*
Mais: aqui.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
SABED(O)RIA
München - Münchner Hofgarten
saber
saborear
prazer
sem
dor
(sabor)
*Munique, agosto de 2014
Mais: MITTE
Assinar:
Postagens (Atom)