domingo, 27 de abril de 2014

Em nome do emprego

Débora Falabella e Yara de Novaes


Contrações, peça do inglês Mike Bartlett, com Débora Falabella e Yara de Novaes (Grupo 3 de Teatro) traz reflexões sobre o lugar que o emprego ocupa nas nossas vidas.

A relação entre gerente e funcionária expõe facetas do ambiente corporativo na atualidade. Excesso de poder assegurado em contrato de trabalho e sujeição marcam a trajetória infeliz da funcionária que, embora não quisesse se transformar numa mulher como a sua gerente, não tinha escapatória.

A que se sujeita hoje, ainda que amanhã mude de lugar na empresa e venha se sentar na cadeira da gerente, permanecerá numa posição de sujeição. Ainda que a funcionária transfira poder para sua gerente e, consequentemente, entre elas se estabeleça uma relação de dominação, ambas não têm saída.

Talvez, no futuro, a funcionária ocupe o mesmo lugar da gerente que controla sua sexualidade - a que domina também foi dominada. Sendo assim, em algum canto da feminilidade, elas se tornam a "mesma" mulher.

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Texto: Mike Bartlett
Tradução: Silvia Gomez
Direção: Grace Passô
Com Débora Falabella e Yara de Novaes


quarta-feira, 2 de abril de 2014

Violência contra a mulher

 
Realizado na sede da AMAGIS, em Belo Horizonte, em 31/3/2014, seminário para debater o "Papel do Judiciário no combate à violência contra a mulher".

O seminário iniciou-se com um vídeo da Ministra Carmen Lúcia (STF) em que comentou sobre as dificuldades pelas quais ela e outras mulheres passaram para se afirmarem na magistratura em um tempo em que não bastava as mulheres serem iguais aos homens; elas tinham que ser muito melhores do que eles.

Após, a abordagem sobre a violência contra a mulher foi feita por meio de depoimentos de juízas e desembargadoras.

Algumas falas (anotações minhas) para reflexão:

"A violência contra a mulher não é só contra a mulher, mas contra a família toda."

"É preciso que as Varas de Família e as da Lei Maria da Penha atuem conjuntamente."

"O agressor precisa ser tratado."

(Desembargadora Heloísa Combat - Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar - COMSIV)

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"A população espera do Judiciário mais articulação e integração com outros poderes e com a sociedade. Juiz só legalista não funciona no que se refere à violência. É preciso que o Judiciário atue antes da agressão."

(Juíza Valéria da Silva Rodrigues - Vara da Infância e Juventude de Belo Horizonte)

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"Quem atua em Direito de Família sabe que o conflito muitas vezes não é jurídico."

"A mediação é um trabalho interdisciplinar (com assistentes sociais, psicólogos) que ajuda a restaurar a família. Restaurar é curar."

(Juíza Andréa Barcelos Ferreira Camargos Faria - Comarca de Divinópolis)