Com uma foto de um jabuti grande protegendo seus filhotes e com a frase "Seria mais proveitoso para todos se o jabuti fosse apenas um bicho, não um prêmio literário polêmico", João Paulo, editor de Cultura do Estado de Minas, na sua coluna Olhar, de 27/11/2010, falou que "quem gosta de prêmio é criança (...) e a tendência de transformar tudo em disputa deixou a escola básica e invadiu todos os outros setores da vida adulta. A todo momento somos lembrados de que fulano ganhou um prêmio, passou em primeiro lugar, que é mais rápido. Ou pula mais alto, come mais sanduíches. Se o objeto é diverso, o método é o mesmo: criar a distinção. Os prêmios são, dessa forma, a confirmação da infantilidade de nosso tempo."
(...)"Para não dizer que todos os prêmios são desnecessários, pode-se defender, no caso da literatura e das artes em geral, que eles sejam conferidos sempre aos jovens que iniciam e, por falta de outras formas de entrada na indústria cultural, precisam de um empurrão. Assim, seria produtivo e civilizador que todos os concursos destinassem seus recursos para permitir que autores inéditos publiquem, que cineastas estreantes filmem, que compositores jovens tenham orquestras para tocar suas peças, que dramaturgos que começam vejam seus textos montados no palco.
Dessa forma, além de tirar de homens e mulheres feitos o papelão de disputar entre colegas quem é o 'melhor', os prêmios vão contribuir para a expansão do mercado da invenção e criatividade. O maior mérito vai continuar sendo sempre o julgamento vagaroso da posteridade, com sua paciência em ler, reler, tresler e interpretar. (...)"
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