“Bancar inteligente é brega!” Educadores na Inglaterra vêm evitando o uso da palavra clever – inteligente. Os melhores alunos, os CDFs, são vítimas de bullying*. Muitos alunos, agraciados com prêmios escolares, recusam-se a recebê-los “por medo de serem ridicularizados pelos colegas”.
Segundo Simon Smith, professor da Essex, “entre os estudantes de hoje, ser inteligente simplesmente não está mais na moda. (...) Ser inteligente significa, sobretudo, ser chato, possuir uma personalidade sem graça, ser o queridinho dos professores. (...)”
Como relata Ann Nuckley, administradora escolar em Southwark (região sudeste de Londres), “muitos estudantes preferem adotar como modelo as celebridades do momento, aqueles personagens que transitam pelas revistas de fofoca social, ou as que analisam nos mínimos detalhes a gloriosa existência do último garotão que, da noite para o dia, saiu do anonimato para a luz do estrelato, graças a um papel na novela da televisão”.
*Fonte: revista Planeta, edição 457, outubro 2010, p. 34-35.
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Lembro-me de ter ouvido uma vez - faz tempo isso... se a minha memória não falha - Joelmir Beting dizer que não conhecia nenhum CDF que teria se arrependido de sê-lo.
De acordo com a matéria, baseada nas relações entre estudantes ingleses, ser reconhecido como inteligente hoje não é nada confortável. Envergonha, pode ser muito estressante e perigoso. Fico me perguntando, no entanto, onde foi parar o invejável humor inglês?
Levando em conta os efeitos da padronização no mundo fundado na cultura da imagem, ser CDF hoje pode ser algo mesmo desconcertante – uma posição fora do foco das lentes do espetáculo. Seriam os CDFs “os desajustados” do momento? Longe dos holofotes, porém, e chamuscados pelo brilho da inteligência, eles se escondem. Mas que falta faz o humor subversivo na contemporaneidade!
E você? Conhece algum CDF arrependido? Ou algum ex-CDF “feliz”?
*Sobre Bullying: Zoar tem limite!
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