Jurema reúne contos e poemas de sete escritoras mineiras.
Uma publicação que cuida da permanência de acontecimentos fadados a desaparecer: assim se apresenta Jurema, que reúne textos de sete escritoras mineiras. As narrativas, em prosa e em verso, nasceram na oficina “a escrita do cotidiano”, ministrada por Carina Gonçalves, organizadora da publicação. Desses encontros, surgiu o desejo de reunir as diferentes escritas, que versam sobre a relação com os espaços da cidade, o resgate de memórias e as diferentes possibilidades do feminino.
O lançamento será realizado na Feira Textura, que acontece no próximo sábado, dia 16, das 11h às 17h, no Agosto Butiquim (rua Esmeralda, 298 – Pardo). Publicado pela editora Impressões de Minas, o livro será vendido por R$25. O evento integra a programação do Verão Arte Contemporânea (VAC), que, este ano, completa a sua 13° edição.
Jurema é feita de contos e poemas de escritoras estreantes e já publicadas: Beth Fontenelle, Carina Gonçalves, Glau Nascimento, Isabelle Chagas, Olívia Gutierrez, Thaís Campolina e Viviane Moreira. “A persistência das sobras do cotidiano é a matéria da escrita das sete autoras desta publicação, que, com olhos vivos, transformam o descartável em imprescindível”, explica Carina. O nome da publicação foi inspirado em uma de suas cachorras, que participou de todas as reuniões e acabou se tornando a mascote do grupo.
Para sentir o gostinho do que encontrar na Jurema, confira alguns textos:
Amarração, de Olívia Gutierrez
Às vezes na praça tem gente que passa e pede e ameaça. Às vezes na praça está chovendo. Na praça me veem e sabem que vejo, e isso cansa. Mas aqui na igreja se pode sentar e olhar. Quando não há missa, dá pra parar e pensar. Quando tem missa e alguém se sente desconectado dos outros, do mundo, deus reconecta. Não importa o lugar do mundo, as igrejas são iguais. As músicas são iguais. Os gestos são iguais. Na missa em qualquer parte do mundo os corpos são iguais. Evangelho segundo São Marcos, e eu sei o que fazer com minhas mãos e dedos. E sei quando me sentar e levantar e ajoelhar. E na igreja, se eu não sabia como dizer a palavra pai, eu aprendo, assim como aprendo a dizer filho e também a palavra-conceito espírito santo. Quando as vozes se levantam, eu choro.
O quartzo branco, de Viviane Moreira
com restos de terra a pedra
descoberta na calçada
escorregadia onde
você e eu
na comediazinha
das nossas touradas
não aprendemos o encanto
dos passos com a morte
nem ousamos atravessar o sorriso
terno do nosso espectro
e olhar para os mortos
que não amamos
os mortos
da cidade escolhida
pelos nossos
pés
Release
Isabelle Chagas
Contato para imprensa
Isabelle Chagas: (31) 98902-5111
Glau Nascimento: (31) 99196-9106
Isabelle Chagas
Contato para imprensa
Isabelle Chagas: (31) 98902-5111
Glau Nascimento: (31) 99196-9106
Lançamento da Jurema na Feira Textura, Verão Arte Contemporânea (VAC)
Quando: 16 de fevereiro, das 11h às 17h Onde: Agosto Butiquim, rua Esmeralda, 298 - Prado, Belo Horizonte (MG) Quanto: R$25 (à vista, débito ou crédito) |
Nenhum comentário:
Postar um comentário