Paul Cézanne
Um belo documentário sobre o clitóris. Embora o tom do discurso, digamos assim, seja científico, o documentário vai além da ciência. Faz uma abordagem histórica, social, apontando momentos em que o clitóris esteve em alta e em baixa na sociedade, ao longo dos séculos.
Toca numa questão seriíssima: a clitorectomia realizada em crianças - que não têm poder de decisão sobre algo que as afetará para sempre e irreversivelmente - como cirurgia estética.
Mostra como há pessoas que se dedicam com seriedade a pesquisas sobre a sexualidade feminina. Além disso, e para além do tema, especialistas falam do viagra de um ponto de vista muito interessante, propondo uma reflexão sobre a relação sexual que há por trás do viagra.
Dá para perceber também - basta ver! - que os direitos sexuais são uma categoria de direitos humanos autônoma e independente dos direitos reprodutivos. Esta distinção, a propósito, não estaria no próprio corpo da mulher? E além da anatomia, não estaria vinculada à finalidade do sexo para o prazer?
Com o advento da pílula, o sexo deixou de ficar condicionado à reprodução, como preconizava a sociedade patriarcal: o sexo deveria ser feito para fins de reprodução. Já faz tempo que se faz sexo por prazer. E com a revolução sexual, nos anos 1960/1970, o prazer se desvinculou da culpa, consolidando as mudanças na sexualidade feminina, iniciadas nos anos 1920, com o movimento das sufragistas.
O final do documentário - belo, belo. Sutilmente erótico. Quem sabe, ele nos fala que devemos caminhar para o erotismo?
*
Mais do que recomendado: aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário